quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Há 24 anos, a guitarra que reabilitou o blues partiu

Stevie Ray Vaughan, 1954-1990.


Na manhã de 26 de Agosto de 1990, Stevie Ray Vaughan partilhou com a sua banda e crew um pesadelo que o assombrara na noite passada. Nesse pesadelo Vaughan via o seu próprio funeral e milhares de enlutados, confessando-se aterrorizado e, ao mesmo tempo, quase sereno. Os Double Trouble estavam no backstage de um par de concertos, em que foram a banda de abertura a Eric Clapton. Stevie Ray Vaughan, como sempre, liderou a banda no concerto no Alpine Valley Music Theatre, em East Troy, Wisconsin.

As condições meteorológicas nessa noite eram pouco favoráveis a voar, mas uma caravana de blues não pode parar. A meio de nevoeiro noturno, os músicos subiram nos helicópteros que os transportariam para Chicago. O modelo Bell 206B JetRanger, prefixo N16933, da Omniflight Helicopters, transportaria Stevie Ray. Por volta da meia-noite e cinquenta (hora local), o helicóptero procurou levantar voo, guinou bruscamente para a esquerda e colidiu contra uma colina. Os destroços foram encontrados pela polícia por volta das 04h30. Foi pedido a Eric Clapton e Jimmie Vaughan que identificassem os corpos. Clapton identificou Bobby Brooks, Nigel Browne e Colin Smythe, o seu agente, segurança e assistente do tour manager, respectivamente.




Vaughan tinha 35 anos. A sua técnica ressuscitou o blues, deu-lhe um som mais agressivo, e mudou o som da guitarra eléctrica dentro do género. Com alma de bluesman, mas versatilidade enorme, Vaughan gravou com David Bowie, Zucchero, Stevie Wonder ou Dylan. Jimmie Vaughan identificou o seu irmão mais novo, vítima de múltiplas fracturas no crânio e lesões irreparáveis no coração. Jimmie, destroçado, identificou Stevie Ray às “Crossroads”.

Abaixo, filmagens de Voodoo Child no Alpine Valley Music Theatre.


Fontes: Arte Sonora (Portugal) / ASN - Imagens: Reprodução

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