terça-feira, 30 de setembro de 2014

Há exatos 26 anos, homem tomou avião e ameaçou jogar sobre Planalto

Também em um 29 de setembro, desempregado tomou um avião da Vasp.

Sequestrador matou copiloto que respondeu a chamado da torre de controle.

Imagem: Reprodução da TV

Exatos 26 anos antes do caso do sequestrador do hotel de Brasília, um desempregado maranhense tomou um voo da Vasp e ameaçou jogar o avião sobre o Palácio do Planalto. Raimundo Nonato Alves da Conceição, de 28 anos, armado com um revólver calibre 32, tomou no dia 29 de setembro de 1988 uma aeronave com 135 passageiros e oito tripulantes que ia de Belo Horizonte para o Rio. A intenção era que o voo fosse redirecionado para Brasília.

Nesta segunda-feira (29), Jac Souza dos Santos manteve refém um funcionário do Hotel Saint Peter e exigiu a saída da presidente Dilma, a extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti e a aplicação efetiva da Lei da Ficha Limpa. Ele se entregou após sete horas.

Raimundo Nonato havia perdido o emprego em uma construtora devido à crise econômica que o país enfrentava e acreditava que a culpa era do presidente, na época José Sarney (PMDB), que governou o país entre 1985 e 1990.

Como o combustível da aeronave estava acabando devido à mudança de rota para Brasília, o comandante conseguiu convencer o sequestrador a pousar o Boeing em Goiânia.

Durante o voo, o sequestrador matou o copiloto Salvador Evangelista. "Ele levou um tiro na cabeça quando pegou o rádio para responder a um chamado da torre de controle de Brasília", afirma o comandante Fernando Murilo de Lima e Silva, em entrevista ao G1 em 2011. Outro copiloto, que estava na aeronave como passageiro, foi ferido ao tentar impedir a ação do criminoso.

Comandante do voo da Vasp, Fernando Murilo de Lima e Silva,
foi baleado na perna durante sequestro - Foto: José Paulo / AE

“A ação começou quando já estávamos sobrevoando os céus do Rio de Janeiro. Ele gritava: ‘eu quero matar o Sarney. Quero jogar o avião no Planalto!'", disse Lima e Silva.

“Podíamos despencar a qualquer momento. Mas ele não estava nem aí. Era doente, estava para o que desse”, acrescenta. Ao pousar em Goiânia, o avião foi cercado pela Polícia Federal. O sequestrador decidiu seguir para Brasília em uma aeronave de menor porte, levando o comandante como refém.

“Ele tentou subir em um Bandeirante que estava estacionado próximo ao Boeing para fugir. Foi nessa hora que eu corri. Um agente da PF conseguiu lhe acertar no quadril, mas o sequestrador ainda teve tempo de atirar, e me acertou na perna”, relembra. O sequestrador foi baleado no quadril pelos agentes da PF e morreu no hospital de infecção, dias depois.

Clique AQUI para assistir a reportagem da época.

Fonte: G1

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